Recanto Vovô Antonio

No dia 24 de Fevereiro de 2013 nosso Grupo teve a alegria de estar novamente no Recanto Vovô Antonio.
Foi uma tarde maravilhosa, conseguimos várias prendas para poder realizar o bingo, eles amaram.


















Leiam o texto abaixo... 


Nossos Velhos

Pais heróis e mães rainhas do lar.
Passamos boa parte da nossa existência cultivando estes estereótipos.
Até que um dia o pai herói começa a passar o tempo todo sentado, resmunga
baixinho e puxa uns assuntos sem pé nem cabeça.
A rainha do lar começa a ter dificuldade de concluir as frases e dá prá implicar
com a empregada.
O que papai e mamãe fizeram para caducar de uma hora para outra?
Fizeram 80 anos.
Nossos pais envelhecem.
Ninguém havia nos preparado para isso.
Um belo dia eles perdem o garbo, ficam mais vulneráveis e adquirem umas
manias bobas. Estão cansados de cuidar dos outros e de servir de exemplo:
agora chegou a vez de eles serem cuidados e mimados por nós, nem que para
isso recorram a uma chantagenzinha emocional.
Têm muita quilometragem rodada e sabem tudo, e o que não sabem eles
inventam.
Não fazem mais planos a longo prazo, agora dedicam-se a pequenas
aventuras, como comer escondido tudo o que o médico proibiu. Estão com
manchas na pele. Ficam tristes de repente. Mas não estão caducos: caducos
ficam os filhos, que relutam em aceitar o ciclo da vida.
É complicado aceitar que nossos heróis e rainhas já não estão no controle da
situação. Estão frágeis e um pouco esquecidos, têm este direito, mas
seguimos exigindo deles a energia de uma usina.
Não admitimos suas fraquezas, seu desânimo.
Ficamos irritados se eles se atrapalham com o celular e ainda temos a carade-pau de corrigi-los quando usam expressões em desuso: calça de brim?
frege? auto de praça?
Em vez de aceitarmos com serenidade o fato de que as pessoas adotam um
ritmo mais lento com o passar dos anos, simplesmente ficamos irritados por
eles terem traído nossa confiança, a confiança de que seriam indestrutíveis
como os super-heróis.
Provocamos discussões inúteis e os enervamos com nossa insistência para
que tudo siga como sempre foi.
Essa nossa intolerância só pode ser medo.
Medo de perdê-los, e medo de perdermos a nós mesmos, medo de também
deixarmos de ser lúcidos e joviais. É uma enrascada essa tal de passagem do
tempo.Nos ensinam a tirar proveito de cada etapa da vida, mas é difícil aceitar as
etapas dos outros, ainda mais quando os outros são papai e mamãe, nossos
alicerces, aqueles para quem sempre podíamos voltar, e que agora estão
dando sinais de que um dia irão partir sem nós.





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